A hanseníase é uma doença tratável, mas que até hoje desperta o preconceito das pessoas. A seguir, você vai saber mais sobre esse estigma, além de conhecer os sintomas e até os benefícios previdenciários que pacientes podem obter.
O que é hanseníase?
A hanseníase é uma infecção contagiosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Ela atinge especialmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos, localizados nos braços e nas pernas.
Embora nem todas as pessoas expostas adoeçam, quem desenvolve sintomas pode apresentar lesões cutâneas. Já quadros mais graves comprometem o desempenho neural e até mesmo a capacidade motora do paciente.
A doença bíblica que continua atual
A hanseníase é conhecida há mais de 4 mil anos, tendo sido identificada em países como Índia, Egito, China e Japão. Não se sabe ao certo a origem da doença, até porque ela costumava ser erroneamente confundida com escabiose, psoríase e outras patologias cutâneas.
O fato é que os relatos remetem a tempos bíblicos. Conhecida anteriormente como lepra ou mal de Lázaro, a hanseníase chegou a ser associada a maldições e castigos divinos. Tanto é que, até hoje, alguns pacientes enfrentam o preconceito e a exclusão social.
Porém, há esforços para diminuir esse estigma. No Brasil, a Lei Nº 9.010/1995 excluiu o termo “lepra” e seus derivados dos documentos oficiais. Essa foi uma forma de dissociar a doença de sua carga negativa.
Números da hanseníase
O Brasil é o 2º país com mais casos de hanseníase no mundo. A infecção acomete pessoas de todas as idades e estratos sociais, conforme mostra o painel oficial do Ministério da Saúde.
Segundo os números mais recentes do levantamento, o ano de 2021 fechou com 18.318 casos de hanseníase no país. Mas vale lembrar que esses índices eram ainda mais altos antes da pandemia.
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Como é feito o diagnóstico da hanseníase?
O diagnóstico da hanseníase é feito a partir de exame físico geral. Os profissionais de saúde realizam testes dermatológicos e neurológicos para verificar a presença de lesões importantes. Confira os sinais de alerta:
Principais sintomas da hanseníase:
- Sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades do corpo, principalmente nas mãos e nos pés;
- Espessamento dos nervos periféricos, o que pode causar alterações sensitivas ou motoras;
- Áreas do corpo com diminuição de pelos e suor;
- Manchas pelo corpo, que podem ser brancas, avermelhadas ou castanhas;
- Perda de sensibilidade no local dessas manchas (a pessoa não sente frio, calor nem dor);
- Perda de força muscular nas mãos, nos pés ou na face;
- Caroços ou placas por todo o corpo, podendo ser dolorosos ou não.
Como a hanseníase é transmitida?
A transmissão da hanseníase ocorre por meio de espirro, tosse ou fala de uma pessoa doente. Para tanto, é necessário contato próximo e prolongado.
Isso significa que, mesmo exposto ao bacilo transmissor, o indivíduo não necessariamente vai desenvolver a infecção. Além do mais, pacientes em tratamento não passam a doença a quem estiver por perto.
Ainda, vale lembrar que a hanseníase não é transmitida pelo abraço nem pelo compartilhamento de objetos. Portanto, você pode conviver tranquilamente com pacientes hansênicos, ainda mais se o tratamento já tiver iniciado.
A hanseníase tem cura?
Sim. O tratamento medicamentoso é eficaz para curar a hanseníase, especialmente nos estágios iniciais da doença.
Usa-se o esquema conhecido como Poliquimioterapia Única (PQT-U). Essa é a associação de três remédios antimicrobianos: rifampicina, dapsona e clofazimina. Todos estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Nos casos de hanseníase paucibacilar (com pouca presença de bacilos), o tratamento costuma durar seis meses. Já para hanseníase multibacilar (com maior carga bacteriana), o uso dos medicamentos pode se estender por cerca de um ano.
Importante: a eficácia é tanta que o paciente deixa de transmitir hanseníase já nos primeiros meses. Ainda assim, deve-se seguir o tratamento por todo o tempo indicado, o que garante a cura.
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Quais são os benefícios previdenciários para quem tem hanseníase?
A hanseníase esteve, por muito tempo, associada a estigmas sociais. Como forma de compensar danos, o governo federal estipulou inclusive uma pensão indenizatória para alguns pacientes. E a legislação ainda prevê outros benefícios. Veja:
Pensão especial por hanseníase
A Lei Nº 11.520/2007 determina o pagamento de pensão especial a pessoas que foram submetidas a isolamento e internação compulsórios por causa da hanseníase. A medida vale para pacientes que estiveram em hospitais-colônia até 31 de dezembro de 1986.
Essa pensão é pessoal e intransferível. Ou seja, não fica para herdeiros.
Isenção de Imposto de Renda
Conforme a Lei Nº 7.713/1988, quem recebe aposentadoria ou pensão, e está com hanseníase, tem direito à isenção do Imposto de Renda que recai sobre esses ganhos. No entanto, o benefício não é automático. Acesse o artigo abaixo para saber como solicitá-lo:
Passo a passo para solicitar a isenção do Imposto de Renda
Auxílio-doença
Casos graves de hanseníase podem levar a complicações motoras e neurológicas, impedindo a pessoa de exercer seu trabalho. Nessas situações, é possível solicitar o auxílio-doença do INSS, um dos benefícios previdenciários assegurados a todo mundo que tem carteira assinada.
Aposentadoria por invalidez
De acordo com a Lei Nº 8.213/1991, se a incapacitação para o trabalho for permanente, o auxílio-doença dá lugar à aposentadoria por invalidez. O link abaixo traz a explicação de todos os requisitos que o contribuinte deve atender para ter esse direito. Não deixe de ler!
Saiba mais: Aposentadoria por invalidez: como solicitar e quais os requisitos
E então, tirou suas dúvidas sobre hanseníase? Esperamos que o conteúdo de hoje tenha sido útil para você.
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