A esclerose múltipla (EM) é uma condição que afeta milhares de brasileiros e, muitas vezes, gera dúvidas e desafios no dia a dia. Além dos cuidados médicos, saber mais sobre os direitos e benefícios disponíveis pode fazer uma grande diferença na vida dos pacientes.
Afinal, entender os recursos legais para quem convive com essa doença é essencial para garantir mais tranquilidade, segurança e suporte nas situações mais delicadas.
Por isso, aqui vamos mostrar os principais benefícios previdenciários e outras formas de apoio disponíveis para quem enfrenta limitações e dificuldades causadas pela esclerose múltipla. Então, acompanhe e descubra como buscar o suporte que pode trazer mais qualidade de vida.
O que é esclerose múltipla (EM)?
Quando a gente fala sobre o que é esclerose múltipla, estamos nos referindo a uma doença neurológica crônica que afeta o sistema nervoso central e suas funções vitais.
Nesse quadro, o sistema imunológico ataca as células saudáveis do corpo, provocando lesões na bainha de mielina que envolve os neurônios. Isso causa uma série de efeitos no organismo, tornando a convivência com a doença um desafio.
Existem 4 formas distintas de esclerose múltipla:
- Surto-remissão (EMRR);
- Secundariamente progressiva (EMSP);
- Progressiva primária (EMPP);
- Progressiva com surtos (EMPS).
Por isso, o conhecimento sobre a EM e suas variantes é fundamental para quem busca entender melhor essa condição e encontrar caminhos para viver bem.
Principais sintomas de esclerose múltipla
Os sintomas de esclerose múltipla podem variar bastante de pessoa para pessoa, tornando cada caso único. Essa variedade está relacionada à área do sistema nervoso central que é afetada. Assim, quem convive com a doença pode experimentar diferentes sinais e sensações.
Os principais sintomas são:
- Sensações estranhas: formigamento ou dormência;
- Problemas de visão: visão borrada ou dupla;
- Fraqueza muscular: perda de força em membros;
- Problemas de coordenação: tontura e desequilíbrio;
- Problemas de bexiga e intestino: urgência ou frequência;
- Problemas cognitivos: dificuldade de memória e atenção;
- Alterações de humor: depressão e ansiedade.
Portanto, é essencial estar atento a esses sintomas e buscar orientação médica para um diagnóstico adequado, garantindo um tratamento eficaz e melhorando a qualidade de vida.
Esclerose múltipla é a mesma coisa que Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)?
Não, a esclerose múltipla (EM) e a esclerose lateral amiotrófica (ELA) não são a mesma doença. Embora ambas as doenças tenham o termo “esclerose” no nome, elas têm causas, sintomas e evoluções diferentes:
Esclerose múltipla
É uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central. Os sintomas incluem problemas de equilíbrio, visão, sensibilidade e força, e podem ocorrer em surtos neurológicos. A expectativa de vida de quem tem EM é semelhante à da população geral.
Esclerose lateral amiotrófica
É uma doença neurodegenerativa que provoca a perda progressiva de neurônios motores, responsáveis pelo controle dos movimentos voluntários. Os sintomas incluem fraqueza muscular, dificuldades de movimento, alterações na fala e deglutição. A expectativa de vida de quem tem ELA é de cerca de 5 anos após o diagnóstico.
A confusão entre as duas doenças é comum, pois ambas foram descritas pelo neurologista francês Charcot e, em ambas, é possível ver cicatrizes no sistema nervoso central. No entanto, na EM as cicatrizes são múltiplas, enquanto na ELA elas são exclusivas dos neurônios motores.
Qual a causa da esclerose múltipla?
A causa da esclerose múltipla (EM) é desconhecida, mas acredita-se que seja causada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Alguns fatores que podem estar relacionados com o desenvolvimento da doença são:
- Predisposição genética;
- Infecções virais, como a causada pelo vírus Epstein-Barr;
- Deficiência de vitamina D;
- Tabagismo;
- Obesidade;
- Exposição excessiva ao sol ou a solventes orgânicos;
- Região de nascimento.
A EM é uma doença neurológica que danifica a bainha de mielina, que reveste os neurônios do sistema nervoso central. Isso compromete a transmissão de impulsos nervosos e dificulta a comunicação entre o cérebro e o corpo.
Além disso, a EM pode atingir homens e mulheres em qualquer idade, mas é mais comum em mulheres entre 20 e 40 anos. A idade média global do diagnóstico é de 32 anos.
Como é feito o diagnóstico de esclerose múltipla?
O diagnóstico de esclerose múltipla (EM) envolve uma série de exames que ajudam os médicos a identificar a condição. Primeiramente, eles utilizam exames de imagem, como a ressonância magnética, para visualizar possíveis lesões no cérebro e na medula espinhal.
Além disso, a punção lombar é realizada para coletar líquor, permitindo uma análise mais detalhada do sistema nervoso. A confirmação do diagnóstico geralmente acontece após a observação de um surto, que é um episódio inflamatório que dura pelo menos 24 horas.
Esse processo é super importante, pois ajuda a diferenciar a EM de outras condições neurológicas. Portanto, conhecer como é feito o diagnóstico é essencial para quem busca entender o que é esclerose múltipla e suas implicações.
Surtos de esclerose múltipla
Os surtos de esclerose múltipla podem ser momentos desafiadores na vida dos pacientes, apresentando uma variedade de sintomas que variam de duração e intensidade. A cada surto, as experiências podem ser diferentes, com algumas pessoas enfrentando:
- Alterações na visão: visão dupla ou borrada;
- Alterações na sensibilidade: dormência e formigamento;
- Dificuldades de equilíbrio: perda de estabilidade;
- Problemas no controle: dificuldade de controle da bexiga;
- Alterações na força muscular: perda de força ou espasmos;
- Fadiga intensa: cansaço extremo;
- Dificuldades cognitivas: problemas de memória e atenção;
- Alterações de humor: depressão ou ansiedade.
Para diagnosticar um surto, é necessário realizar uma ressonância magnética com gadolíneo, que revela áreas inflamadas. O tratamento costuma ser feito com corticóides em altas doses, aliviando os sintomas e proporcionando suporte aos pacientes durante esses períodos complicados.
O que pode desencadear um surto?
Os surtos da esclerose múltipla podem ser desencadeados por uma combinação de fatores, que variam de pessoa para pessoa. Em muitos casos, alguns dos principais gatilhos incluem:
- Infecções virais: herpes, sarampo ou gripe;
- Deficiência de vitamina D;
- Tabagismo;
- Obesidade;
- Estresse intenso;
- Ciclos menstruais;
- Uso de novos medicamentos;
- Alta temperatura corporal: febre ou exercício excessivo.
Esses fatores podem contribuir para a inflamação do sistema nervoso, resultando em danos à mielina, a proteção das células nervosas. Assim, compreender esses gatilhos é uma parte essencial do gerenciamento da esclerose múltipla e pode ajudar a prevenir surtos indesejados.
Como prevenir surtos de esclerose múltipla?
Prevenir surtos de esclerose múltipla envolve adotar hábitos saudáveis e seguir as orientações médicas. Assim, algumas dicas eficazes incluem:
- Praticar exercícios físicos regularmente, como caminhadas, yoga e alongamentos.
- Manter uma dieta rica em fibras e beber bastante água para regular o intestino.
- Evitar fumar.
- Garantir um bom sono e dedicar tempo ao relaxamento.
Além disso, o uso dos medicamentos prescritos pelo médico é essencial para retardar a progressão da doença e prevenir surtos, promovendo uma vida mais saudável e equilibrada.
Embora a esclerose múltipla não possa ser evitada por vacinas, cuidar da saúde geral e corrigir deficiências, como a de vitamina D, pode ajudar a reduzir riscos. E se você quer se informar ainda mais, não deixe de ler “Tudo que você precisa saber sobre o auxílio-acidente”!
Os diferentes estágios clínicos (fases) da EM
Os diferentes estágios clínicos da esclerose múltipla (EM) são cruciais para entender como a doença se desenvolve e como os tratamentos são testados. Cada fase do estudo clínico é projetada para coletar informações importantes sobre a eficácia e segurança dos tratamentos.
As fases incluem:
- Fase 1: O tratamento é administrado a um pequeno grupo de voluntários saudáveis.
- Fase 2: O tratamento é testado em um grupo maior que possui a condição.
- Fase 3: O tratamento é aplicado a um grupo muito maior para confirmar eficácia e segurança.
- Fase 4: O tratamento é monitorado a longo prazo para reunir mais informações.
Esclerose múltipla tem cura?
A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune que não tem cura, mas isso não significa que não há esperança. Embora a condição afete o sistema nervoso, causando inflamação na mielina, existem formas eficazes de amenizar seus impactos.
Com o tratamento adequado, é possível controlar os sintomas e retardar a progressão da doença. Além disso, o diagnóstico precoce é uma peça-chave para iniciar o tratamento rapidamente, e adotar hábitos saudáveis pode contribuir muito para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Portanto, mesmo diante dessa condição desafiadora, há maneiras de viver bem e aproveitar a vida ao máximo.
Existe tratamento para esclerose múltipla?
Sim, existe tratamento para a esclerose múltipla (EM), que pode ajudar a reduzir os danos e melhorar a qualidade de vida. O diagnóstico precoce é fundamental para que o tratamento comece o quanto antes e evite complicações.
Os principais tratamentos incluem:
- Medicamentos modificadores de doença: imunomoduladores ou imunossupressores;
- Terapia de surtos: corticoterapia endovenosa em altas doses;
- Exercícios físicos regulares;
- Dieta balanceada;
- Evitar sal em excesso;
- Interromper o tabagismo;
- Controlar o peso;
- Cuidados com a saúde mental.
Pacientes com esclerose múltipla têm direito a benefícios legais?
Pacientes com esclerose múltipla podem ter direito a benefícios legais, mas o diagnóstico em si não garante nada. O que conta são as consequências limitantes e as sequelas que a doença provoca na vida do indivíduo.
Para aqueles que apresentam um quadro de limitações e sequelas devidamente diagnosticados e comprovados, existem algumas opções de benefícios disponíveis.
Esses direitos podem ajudar a amenizar os impactos da doença no dia a dia. Se você se interessa por esse assunto, não deixe de conferir também “Aposentados e pensionistas têm direito aos mesmos benefícios?” para mais informações!
Possíveis benefícios previdenciários para pessoas com EM
Para pessoas com esclerose múltipla, existem alguns possíveis benefícios previdenciários que podem ajudar a aliviar o impacto da doença na vida cotidiana. Confira algumas opções:
Auxílio-doença: esse benefício é concedido a quem está temporariamente incapaz de trabalhar devido à condição de saúde, garantindo uma ajuda financeira nesse período.
Isenção do Imposto de Renda: a isenção é aplicada sobre os valores de aposentadoria para aposentados, pensionistas e militares reformados, o que pode representar uma economia significativa.
Saiba mais: Como solicitar isenção de Imposto de Renda em 3 passos
Aposentadoria por invalidez: para aqueles que não conseguem mais desempenhar suas atividades laborais por conta das limitações causadas pela esclerose múltipla, a aposentadoria por invalidez é uma alternativa importante.
Como solicitar os benefícios?
Para solicitar os benefícios do INSS para esclerose múltipla pelo aplicativo Meu INSS (Android e iOS), siga os seguintes passos:
- Entrar no Meu INSS;
- Clicar em “Benefício por Incapacidade”;
- Clicar no serviço desejado.
Para acompanhar o pedido, é possível:
- Entrar no Meu INSS;
- Clicar no botão “Consultar Pedidos”;
- Identificar o pedido e verificar o status.
É possível também solicitar os benefícios do INSS para esclerose múltipla através do telefone 135, de segunda a sábado, das 7h às 22h (horário de Brasília).
Quais os documentos necessários para a perícia médica?
Se você precisa passar por uma perícia médica para esclerose múltipla, é bom se preparar com os documentos certos. Assim, você garante que tudo ocorra de forma tranquila.
Os documentos necessários incluem:
- Atestado médico original;
- Documento de identificação oficial com foto;
- Exames complementares relacionados à doença;
- Comprovante de endereço, se a perícia for domiciliar;
- Número do CPF;
- Carteira de trabalho;
- Carnês de contribuição;
- Outros documentos que comprovem pagamentos ao INSS.
Com esses documentos em mãos, sua perícia será mais fácil.
Veja também: Aprenda como solicitar aposentadoria por invalidez e quais são os requisitos
Mesmo com a perícia médica e a documentação, tive meu benefício negado!
Se você se deparou com a negativa do INSS para o seu benefício de esclerose múltipla, não se desespere. Existem algumas opções que você pode considerar para recorrer dessa decisão.
Veja as possibilidades:
- Recurso administrativo: Esse pedido é feito diretamente no INSS, e você tem um prazo de 30 dias após a negativa.
- Ação judicial: É possível entrar com um processo na Justiça, onde um juiz pode solicitar uma nova perícia com um médico especialista.
- Novo pedido: Você também pode tentar fazer um novo pedido.
Lembre-se de que a negativa pode acontecer por motivos como a falta de reconhecimento da incapacidade ou a ausência de requisitos necessários. Consultar um especialista em direito previdenciário pode ser a melhor escolha para o seu caso.
Conclusão
Viver com esclerose múltipla pode ser desafiador, mas com o diagnóstico certo e o tratamento adequado, as coisas se tornam mais leves. Ter acesso às informações corretas e ao suporte necessário faz toda a diferença na busca pela qualidade de vida.
Além disso, conhecer e reivindicar seus direitos é um passo fundamental para garantir um dia a dia mais confortável e produtivo, ajudando a superar desafios e promover bem-estar. Assim, é possível adaptar-se e encontrar novas maneiras de aproveitar a vida.
Se você tem dúvidas ou precisa de mais informações sobre como lidar com essa condição, o escritório de advocacia Tomasi | Silva está aqui para ajudar. Atendemos clientes do Brasil inteiro pela internet, de forma prática e transparente. Entre em contato conosco!