Qual é a relação entre angioplastia, cateterismo e aposentadoria antecipada?

A angioplastia e o cateterismo são procedimentos comuns entre quem apresenta algum problema cardíaco. Mas será que há riscos? Paciente que se submete a essas intervenções pode voltar a trabalhar normalmente? Hoje vamos tirar essas e outras dúvidas, além de explicar qual é a relação entre doença coronária e aposentadoria. Fique conosco!

Semelhanças e diferenças entre cateterismo e angioplastia

Tanto o cateterismo cardíaco quanto a angioplastia coronária são procedimentos importantes para a saúde do coração. Ambos utilizam um cateter, que é introduzido numa artéria, para se chegar até pontos de obstrução do sistema circulatório.

Porém, também há diferenças. Enquanto o primeiro consiste num exame para identificar o entupimento das artérias, o segundo serve para tratar o problema. Vamos explicar os detalhes em seguida.

O que é cateterismo e como é feito?

O cateterismo cardíaco também pode ser chamado de cinecoronariografia, estudo hemodinâmico ou angiografia coronária (não confunda com angioplastia, hein?). Esse exame existe para avaliar o funcionamento das estruturas do coração, bem como ajudar a localizar áreas de obstrução nas artérias.

O procedimento é feito com a inserção de cateteres nos vasos sanguíneos. Os pontos de entrada podem ser nas pernas ou nos braços do paciente. Depois esses tubinhos, que são ligados a um aparelho de raio X, vão sendo guiados até o coração. Graças ao uso de contraste iodado, é possível visualizar melhor as artérias, as câmaras e as valvas cardíacas.

Embora o cateterismo em si dure menos de 30 minutos, é necessário manter repouso absoluto nas horas posteriores. Durante esse tempo, a frequência cardíaca e a pressão arterial da pessoa são verificadas constantemente. Se tudo correr bem, o paciente pode ser liberado no mesmo dia.

Procedimento de cateterismo sendo realizado
Procedimento de cateterismo sendo realizado – Foto: Divulgação

Há risco de morte no cateterismo?

Cabe destacar que o cateterismo cardíaco é um procedimento invasivo. Portanto, sempre há riscos, ainda que eles sejam muito raros.

Pode haver complicações relacionadas ao uso do contraste, como alergia e insuficiência renal. As chances são baixas, mas isso acontece em pessoas sensíveis à substância.

Já quem toma remédios anticoagulantes ou antidiabéticos orais deve buscar orientação médica antes do exame. Provavelmente será necessário suspendê-los por um período ou ajustar a dosagem, o que reduz o risco de hemorragias.

Situações graves como infarto, AVC ou sangramento têm probabilidade menor que 1% de ocorrer. Por isso, o cateterismo é considerado seguro, principalmente quando realizado num hospital de referência.

O que é angioplastia e como é feita?

A angioplastia coronária, também conhecida como intervenção coronária percutânea, é um procedimento para tratar, sem cirurgia, eventuais obstruções das artérias. Ela existe para melhorar o fluxo sanguíneo, evitando complicações como o infarto do miocárdio.

Assim como no cateterismo, a primeira etapa consiste na inserção de cateteres no braço ou na perna do paciente – a virilha costuma ser um ponto de entrada frequente nesse tipo de intervenção. Em seguida, um pequeno balão é direcionado até a área obstruída.

Então, o balão é insuflado, comprimindo a placa de gordura contra as paredes internas do vaso sanguíneo. Isso alivia o entupimento.

Na maioria dos casos, é preciso implantar uma endoprótese, o stent. Esse tubinho de metal mantém a dilatação da artéria, impedindo que ela se feche novamente.

Saiba mais: Stent e marcapasso dão direito a isenção do Imposto de Renda?

Perigos relacionados à angioplastia

A angioplastia demanda alguns cuidados a mais, se comparada ao cateterismo cardíaco. Recomenda-se internação hospitalar por 24 ou 48 horas após o procedimento, período no qual são feitos exames de sangue e eletrocardiograma para saber se todos os indicadores de saúde do paciente permanecem normais.

De qualquer modo, os riscos de intercorrências como infarto, AVC e complicações vasculares são raros. Inclusive, após a alta, a recuperação tende a ser bem rápida.

Quem fez angioplastia pode tomar café, cerveja e outras bebidas fortes. Além disso, consegue praticar atividades físicas e ter relações sexuais regularmente, desde que respeitando os limites do corpo.

Resultados de exames sendo verificados por um médico
Resultados de exames sendo verificados por um médico – Foto: Divulgação

Quem faz angioplastia pode trabalhar?

Para responder essa pergunta, precisamos levar em conta o motivo da angioplastia. Se o sujeito se submeteu ao procedimento apenas para tratar um problema pontual, como a obstrução de uma artéria, a recuperação tende a ser total. Em poucos dias, ele poderá dirigir um carro, praticar esportes e retomar as atividades profissionais sem restrições.

Agora, caso o paciente tenha um quadro mais grave, a situação muda de figura. Às vezes a angioplastia ocorre em função de uma emergência, como infarto agudo do miocárdio. Num episódio assim, mesmo quando a implantação do stent resolve o entupimento arterial, a pessoa pode desenvolver insuficiência cardíaca. Aí, o que determina o retorno ao trabalho não é a intervenção coronária em si, mas os desdobramentos da doença.

Lembremos que, em casos graves ou irreversíveis, o cidadão tem direito à aposentadoria por invalidez. Isso nos leva à próxima questão…

Quem fez cateterismo pode se aposentar por invalidez?

Aqui vale a mesma explicação da pergunta anterior. A mera submissão a um procedimento como o cateterismo não seria suficiente para afastar alguém do trabalho. Isso porque, em geral, o exame tem o simples propósito de avaliar a saúde cardíaca da pessoa.

Entretanto, caso o cateterismo coronário aponte uma complicação mais séria, é provável que o paciente passe por outras intervenções, até mesmo cirurgia. Nesse cenário, aí sim, talvez seja possível entrar com o pedido de aposentadoria por invalidez.

A lei estabelece regras para a concessão desse benefício. Primeiro, o trabalhador acometido por uma cardiopatia grave recorre ao auxílio-doença do INSS. Depois, se a perícia médica constatar incapacidade permanente para o exercício da função, é indicada a aposentadoria.

Só que o órgão previdenciário pode cometer equívocos e negar, indevidamente, o pedido de aposentadoria por invalidez. Nessa hipótese, você tem a alternativa judicial. Entre em contato com o escritório Tomasi | Silva e saiba como nossa equipe pode ajudar.

Veja também: Cardiopatia grave dá direito a isenção no Imposto de Renda

Esperamos que o conteúdo de hoje tenha sido útil para você. Como nossa especialidade é Direito Previdenciário, e não coração, recorremos a fontes fidedignas da área médica durante a elaboração deste artigo. Para outras informações sobre cardiologia, sugerimos o site do Hospital Albert Einstein.

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